sexta-feira, 12 de março de 2010

Sopro Matinal

Acordo ao som da porta escancarada
por onde o vento entrou
passou
soprou
largou palavras de chamamento
que me ergueram do sono;

Os pés pisaram o chão
o vestido rolou no vento
levantou
agitou os seus braços de serpente
e assobiou;

Entras-te.

Trazias o cheiro a amêndoa
a flor de jasmim
a lilás
a roxo
a violeta
e na mão o pincel;

Tocaste-me com palavras
e com beijos,
enrolaste-me o vestido
cosendo a tua pele à minha
e levando-me no vento.

O quarto ficou vazio.
A porta fechou-se.


Sem comentários:

Enviar um comentário