por onde o vento entrou
passou
soprou
largou palavras de chamamento
que me ergueram do sono;
Os pés pisaram o chão
o vestido rolou no vento
levantou
agitou os seus braços de serpente
e assobiou;
Entras-te.
Trazias o cheiro a amêndoa
a flor de jasmim
a lilás
a roxo
a violeta
e na mão o pincel;
Tocaste-me com palavras
e com beijos,
enrolaste-me o vestido
cosendo a tua pele à minha
e levando-me no vento.
O quarto ficou vazio.
A porta fechou-se.
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